domingo, 18 de novembro de 2012

29 Atividade 4.2

4.2 - Como equaciona a desigualdade social enquanto potencial facilitador de conflitos? Poderemos efetivamente encontrá-la na raiz de algumas motivações subjacentes ao bullying? De que modo?

29 comentários:

  1. Precisamos de uma "escola de afetos" e de pessoas.

    Enquanto a escola continuar formalmente espartilhada em disciplinas e áreas curriculares vai ser muito difícil fazer surgir o valor humano de cada agente.
    Como diz o pedagogo Rúben Alves, há uma escola que sempre sonhamos, sem nunca pensamos que existia... A Escola da Ponte pode e deve ser um modelo da formação pessoal e humanística que devemos procurar nas nossas salas de aula.

    Mais do que conhecimentos, precisamos de um projeto conjunto da comunidade escolar com:
    -Momentos de reflexão conjunta;
    -Identificação de qualidades/defeitos pessoais e definição de estratégias de superação;
    -...

    Resumindo, precisamos de sonhar uma escola ainda melhor do que aquela que já temos!

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    1. Mais do que uma escola de saberes (que neste momento são memorizações), a escola tem acima de tudo passar valores e tomar mais atenções aos afetos. Os afetos são a base do ensino; é preciso termos uma sociedade e logo uma escola, que seja de afetos e que ensine aos alunos, que só assim poderão ter sucesso.

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    2. Caro Pedro
      Não posso concordar mais... os afetos são a base do ensino, acima de tudo porque são a base para a relação humana que se estabelece entre professor-aluno e entre aluno-aluno.
      Por que caminhos andam os afetos destas nossas crianças? Que caminhos nós (pais e professores) lhes mostramos? ou lhes inibimos?
      Essa é uma questão, a meu ver, central e angustiante!

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    3. Concordo em absoluto com o Pedro Pereira e com a professora Sónia mas, sendo professora numa escola básica e secundária, também sinto que nos são exigidas cada vez mais tarefas burocráticas e vazias que nos esgotam em "nadas" e nos obrigam muitas vezes a deixar de lado o que realmente importa: as pessoas! Entre grelhas e relatórios, entre dados estatísticos e reuniões muitas vezes inúteis perdem-se laços e oportunidades de encontro interpessoal que potenciariam relações mais próximas entre os diferentes agentes da escola e permitiriam lidar melhor com as agressões da sociedade atual. Por outro lado, a escola acaba por ser fomentadora de agressividade em si mesma devido à pressão constante que o sistema escolar coloca sobre professores e alunos. Quando algo acontece em que afetos e emoções positivas estão envolvidos, é por vezes perturbador perceber o grau de desconforto da maioria das nossas crianças e jovens e também dos adultos, em geral. Afetos precisam-se!

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  2. Sim. Concordo plenamente que as desigualdades sociais podem ser facilitadores do bullying já que existe a deseigualdade de poder entre o agressor e o vitimado... uma das formas da criança/adolescente se sentir diminuida é a classe social diferenciada. Isso faz com que as crianças sintam-se com niveis de safateo desiguais fazendo-as se sentirem menos capazes, emocionalmente menos preparadas e a partir dai se tornam alvos fáceis do bullyin

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  3. Após a leitura do documento apresentado e tendo em conta que "...os mídia sob o domínio do sistema capitalista impõe "modelos" que devem ser seguidos pela população...", pode-se afirmar que a desigualdade social é um potencial facilitador de conflitos. Aqueles que têm acesso a tudo o que há de melhor sentem que estão num plano superior relativamente aos outros que não têm tanto. Estes, por sua vez, ao não terem as mesmas oportunidades, sentem-se inferiorizados, humilhados e colocados à margem, visto não conseguirem acompanhar as exigências da sociedade. A desigualdade social acaba por reforçar as diferenças que existem, contribuindo para a discriminação e para o isolamento dos mais fracos.

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  4. Conforme diz Picado (1999), "é decisivo agir de forma a promover a proteção e o diálogo dentro da escola e consequentemente em sociedade", pois visto que a escola é um dos principais agentes educativos da atualidade, deve promover interações salutares e ensinar valores, princípios e regras, na impossibilidade de os pais, principais responsáveis por esta tarefa, o efetuarem.
    É fundamental que a escola assuma claramente uma política anti-bullying, responsabilizando de forma clara e justa os bullies e procurando reconhecer este problema, sensibilizando os alunos para este fenómeno, dotando-os de ferramentas para se saberem defender e/ou informar os adultos, escola e comunidade, numa lógica de intervenção em parceria e de trabalho que envolva a comunidade.

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  5. Gostei da ideia de "uma escola de afetos", sendo que essa escola deveria ter lugar na Escola mas iniciar na família, a primeira escola de afetos relacionais que, se de qualidade, promove um sem fim de competências que se assumem, por um lado, como inibidoroas do envolvimento em comportamentos de bullying e, por outro lado, como promotoras de atitudes proativas de defesa dos mais vulneráveis.
    A escola deve, de facto, assumir uma política anti-bullying, mas a família deve igualmente assumir uma atitude de capacitação dos mais novos, para um mundo tão complexo como o dos nossos dias... calculo que os ritmos de hoje em dia não se compadeçam com o tempo de qualidade que as nossas crianças necessitam para amaducerer esse desenvolvimento de competências... Enfim! Desafios...

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  6. O bullying que existe nas escolas muitas vezes surge em alunos com um leque muito limitado de respostas sociais. Não sabem lidar, de um modo socialmente aceite, à frustração, ao ser diferente, às dificuldades de afirmação, de integração nos grupos de pares, etc. A forma de defesa que arranjam é o ataque. É por isso que a escola deve promover situações onde estes alunos possam testar um leque variado de respostas aos problemas com que vão deparando, para assim conseguirem escolher o tipo de resposta que, consoante as situações, é mais adequada, isto é, aquela que não agride os outros e não anula o aluno enquanto pessoa. Normalmente estes alunos provêm de ambientes onde o tipo de resposta perante a adversidade é a agressão, é o "calcar antes que me calquem a mim". O facto de não conhecerem formas alternativas de responder, de não conhecerem as respostas (reações) socialmente aceites, impede-os de reagirem de outra forma. Esta situação não está diretamente relacionada com a desigualdade social mas pode ser potenciada por ela.

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  7. Boa noite
    Penso que as desigualdades sociais, não são a principal causa do bullying.
    Muitas vezes o bullyin é vitima de agressão, de negligência e de uma educação que está a cargo de jogos e de televisão, onde os exemplos de agressão com total impunidade são imensos ( é compreensivel que os EUA tenham a maior taxa de violência escolar) e estes factores são transversais a todos os estratos sociais. O Bollying resulta de uma necessidade da criança se afirmar como lider, perante os membros do seu grupo e desta forma ter o sentimento de apoio e admiração. Esta necessidade resulta da falta de afirmação em outas actividades criativas (grupos musicais, teatro, fotografia) ou actividades desportivas, onde a criança/jovem se sinta admirado e valorizado.

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    1. Concordo consigo, Céu Santos, mas a questão social não pode, de todo, ser afastada. Há uma clara necessidade de afirmação mas as desigualdades sociais são, frequentemente, utilizadas como tal. Isto pode não ser muito evidente em escolas TEIP, onde (supostamente) há um equilíbrio social, mas não deixa de ser real em escolas de referência.

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    2. Olá a ambas, Céu e Carla
      Ainda não tinhamos falado muito nas motivações subjacentes ao comportamento agressivo e, na realidade, muitos agressores têm motivações que se prendem com carências, sejam elas de natureza afetiva, sejam elas de natureza relacional ou de integração. Não se tratando de uma justificação para o seu comportamento, pode contudo ajudar a compreender e a enquadrar algumas das agressões que ocorrem em contexto escolar.
      Coisas tão simples como a importância do toque físico (e a sua presença ou ausência) no desenvolvimento de um bebé, criança, jovem, ou das palavras de apreço pelo outro, ou da partilha de atividades/momentos, ou de escuta das suas inquietações e dúvidas.... tantas coisas que faltam a muitos destes jovens!
      Mas as suas formas de reação a estas carências são também elas diferenciadas!

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    3. Também penso que as diferenças sociais não influenciam na generalidade o fenómeno bullying. Haverá algum estudo nesse sentido? Em que, por exemplo, a "inveja" seja o motor de situações de bullying?

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    4. Cara Gracatei
      De facto existem alguns trabalhos nesse sentido, mas o que tenho é em inglês, nomeadamente este artigo que tentarei ainda colocar na plataforma e que pode obter através do link:
      http://ajph.aphapublications.org/doi/pdf/10.2105/AJPH.2008.139303

      O artigo contempla uma amostra extremanente representativa de 35 países:
      Due, P. et al. (2009). Socioeconomic inequality in exposure to bullying during adolescence: A comparative cross-sectional multilevel study in 35 countries. American Journal of Public Health, 99 (5), 907-914.

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    6. Boa tarde,
      Tenho uma opiniãoc contrária. Creio que o bulliyng está ligado às desigualdades sociais mesmo não sendo estas a principal causa do fenómeno. A forma de expressão do bulliyng poderá é variar consoante a classe social. As mais favorecidas estarão mais ligada à violência e agressidade psicológica (com a ajuda das TIC) e as mais carenciadas partirão mais facilmente para a violência quer como atitude inicial ou como reativa a provocações. Não será tanto uma questão de classes mas de ambiente em que o indivíduo forja a sua personalidade.
      Cumps

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  9. Considero que as desigualdades estão na origem da bullying.

    É a existência de poder quer físico, financeiro ou de outro tipo que potencia o bullying. Os indivíduos agem de forma agressiva pelo simples facto de saberem que o podem fazer e que não haverá consequências nocivas para si, uma vez que as vítimas não só não reagem, como, por norma, não contam a ninguém o que se passa. Desta forma, os bullys agem sem qualquer interpelação e dificilmente sentem necessidade de modificar os seus comportamentos, até porque, o bullying, no seu ponto de vista, lhes fornece toda uma série de vantagens. São temidos na escola pelas suas vítimas, arranjam dinheiro ou comida com facilidade, independentemente de precisarem ou não, sentam-se onde querem, fazem o que querem e ganham ainda mais poder perante os restantes alunos.

    Considero, por isso, que as desigualdades sociais motivam o bullying, criando pessoas que se julgam superiores derivado da sua condição social e posses e outras que se sentem inferiores, por não possuirem ou não terem acesso a toda uma panópila de coisas com as quais os outros "desfilam" diariamente.

    O sentimento de superior e inferior despoleta o bullying e cria um ciclo interminável e nocivo para todos os envolvidos

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  10. Analisando a informação do artigo, o autor procura estabelecer uma ligação direta entre a desigualdade social e o fenómeno do bulliyng quer este parta das das classes mais favorecidas para as desfavorecidas ou o inverso. Se bem que considero que quando o bulliyng parte dos alunos mais favorecidos socialmente assume a forma de crítica mordaz e psicológica face aos alunos carenciados e quando ocorre em sentido inverso assume um caráter mais físico com recurso à violência.
    A própria diferenciação social das “classes” com base na geografia urbana e tipologia das áreas residenciais (tipo de habitação e área envolvente, serviços comunitários e infraestruturas disponíveis à população e áreas da cidade privilegiadas ou conotadas como áreas repulsivas) condiciona e exponencia os problemas sociais mais relevantes e que têm a sua face mais visível nas escolas. No entanto, a acrescentar à diferenciação social creio que o acesso aos meios de comunicação em massa, com visualização de violência gratuita imediata na TV e jogos de computador violentos poderá aumentar fatores de risco (tudo como fatores ambientais). A acrescer a estes factos, temos a hipótese da teoria ativa que defende os fatores genéticos do individuo como fator de agressividade….é uma mistura explosiva, tendo que concordar neste caso com Cléo Fante, uma especialista no estudo do fenômeno bullying, caracteriza-o como: “Um comportamento cruel e intrínseco nas relações interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos de diversão e prazer, através de“brincadeiras” que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar.”

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    1. Boa tarde

      Sem dúvida que um individuo que agride o outro se sente superior á sua vitima, e essa superioridade passa por caracteristicas genéticas de tipologia postural, o agressor tem uma postura altiva (Pl ou PM, pelas tipologias posturais de GDS), e parece sempre transmitir confiança e segurança nos seus atos, em detrimento da vitima que estando numa postura AM (segundo GDS), mantem a coluna em hipercifose, cabeça projectada para a frente, de estatura baixa, pode ser gordinho ou muito magrinho, usar óculos e transmitir uma postura de submissão e insegurança e até de medo.

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  11. Peço desculpa pela repetição, mas como a resposta que construí inclui as duas questões colocadas em relação ao texto, volto aqui a colocá-la.
    Uma vez há muito tempo li num artigo do Prof. José Morgado onde dizia que nascemos originais e morremos fotocópias!
    Em meu entender, as desigualdades sociais refletem-se no bullying e poderão estar de alguma forma subjacentes, na medida em que são semeadas no terreno fértil que é a falta de identidade e de auto-estima dos mais jovens.
    Para nos “fotocopiarmos” temos que formatar, que significa preparar determinado suporte para receber informação, e pressupõe por si uma recepção passiva. É esta em regra a expectativa – que as crianças e os jovens recebam passivamente a informação e a armazenem, comportando-se claro em conformidade com as “instruções” que receberam.
    Em contrapartida, ensinar a pensar, é ensinar a questionar, a contrapor, a criar… é ensinar ao inconformismo e isso obriga e obriga-nos a “mexer”, tornando-se por isso incómodo numa vida já de si tão agitada e com tantos desafios psicológicos, em que tantas vezes queremos é que tomem conta de nós e nos deixem sossegar!
    Perceber que a nossa riqueza está na nossa diferença, e que somos todos iguais apesar de diferentes não é algo que faça por si só sentido no mundo em que vivemos.
    Porque será que a aceitação social depende do que se veste, do que se tem, e não do que se é? Remete-nos para a velha questão do Ser e do Ter!
    Pensar nisto, como na Alegoria da Caverna, em que temos uma viagem para fazer ao longo da vida para chegar ao conhecimento de nós e dos outros, leva-nos a questionar e procurar mais no sentido do inconformismo.
    Ensinar a pensar, não é esse o grande desafio da Filosofia? Então porque não ser ensinada/utilizada desde os primórdios da escolaridade?
    Li uma vez um artigo muito interessante sobre “A Filosofia de Bibe” e achei uma excelente ideia que devia de ser posta em prática!
    Enquanto tal não acontece, cabe-nos a nós, educadores – profissionais ou não – de questionar e ensinar a questionar para que nos pensemos enquanto seres ricos e únicos.
    Só dessa forma, se poderá esbater a necessidade de agredir ou de ser agredido.
    Há muito que digo, que só os infelizes precisam de fazer mal!

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  12. As desigualdades sociais apesar de não serem em meu entender a principal origem do bullying, estão por vezes associadas a este fenómeno. As desigualdades sociais refletidas não apenas em termos económicos mas também em termos familiares, nomeadamente as famílias destruturadas geram jovens que vivem conflitos interiores muito graves e para os quais a forma se se revoltarem contra a vida que têm é infligir dor/humilhação aos outros para não se sentirem tão sós na sua dor interior.
    A escola dos afetos que é necessária e já tão referida nos comentários anteriores, debate-se diariamente com problemas para os quais não em capacidade de resolver uma vez que nunca consegue substituir a ausência de uma familia.

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  13. Relativamente à desigualdade social, partilho da opinião de Odalia, conforme aparece mencionado no artigo Bullyng: Desvendando um conceito”. Segundo esta, a violência original
    está presente nos bairros sofisticados e nas favelas, nos bairros de classe média e nos pardieiros … Ela se estende do centro à periferia da cidade e seus longos braços a tudo e a todos envolvem, criando o que se poderia chamar ironicamente de uma democracia na violência. (2004, p.9)
    Efetivamente encontram-se conflitos em qualquer classe social, consequentemente podemos encontrar casos de bullying gerados e sofridos por jovens de qualquer classe social.
    Na minha opinião, uma das principais causas de bullying é a insatisfação pessoal e a angústia de não saber lidar com a frustração. A sociedade atual está muito competitiva e transmite uma ideia de que só os “bons” irão conseguir triunfar. Transpondo isto para o contexto escolar vemos que na maioria dos casos as vítimas de bullying são os jovens com um bom desempenho escolar (independentemente do seu meio social). Estes são os alvos escolhidos pois, mesmo sem o admitir, o “agressor” inveja o seu bom desempenho.
    Assim podemos encontrar casos em que a vítima é oriunda de uma classe social elevada, pois teve condições facilitadores à aprendizagem, no entanto é uma pessoa frágil, pois nem sempre teve o apoio, a presença constante dos educadores junto de si por motivos profissionais, ou pelo motivo da separação do casal. Nestes casos, os educadores são pessoas profissionalmente muito ativas ou que construíram um novo agregado familiar e sem grande tempo para dar o acompanhamento necessário que uma criança precisa no seu processo de crescimento. O “agressor” oriundo de outro meio social desfavorecido inveja a sua imagem (todos os seus bens materiais, o seu desempenho escolar…) e como a sua vida lhe tem sido extremamente ingrata não consegue concentrar e canalizar as suas capacidades e obtém um baixo rendimento escolar. Até porque o seu agregado como tem pouca não tem mesmo escolaridade desvaloriza a escola. O “agressor” vê que é ali na escola e recorrendo à violência que ele consegue mostrar uma imagem de poder, inconscientemente é a hora da sua vingança contra as injustiças sociais de que é vítima.

    Temos ainda casos em que a vítima é oriunda de um meio social desfavorecido, mas consegue canalizar todo o seu potencial para o desempenho escolar, obtendo assim bons resultados escolares. Por outro lado o “agressor”, oriundo de uma classe social elevada, não compreende como é que o primeiro consegue obter tais resultados apesar de todas as dificuldades e aquela imagem tão frágil. O “agressor” revolta-se e descarrega a sua frustração por não conseguir ele próprio obter iguais ou melhores resultados.
    É evidente que nem sempre é tudo tão limiar, mas estes serão os dois casos padrões manifestos.

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  14. Na mina opinião a desigualdade social pode facilitar o conflito e até conduzir ao Bullying. Como os autores afirmam “As vítimas sentem-se excluídas por não ter “condições” de usar roupas melhores, morar num lugar mais conceituado”, este tipo de alunos podem ser vítimas de Bullying por outros de classes sociais mais favorecidas. O facto de não usar as sapatilhas da mesma marca (cara) de não ter os videojogos, etc, pode surgir como motivo de exclusão, de troça e de humilhação. Mas, por outro lado, também pode acontecer alunos de classes mais favorecidas também serem vítimas de Bullying por outros de classes mais desfavorecidas. O facto de aparentaram ter roupa cara, jogos caros pode contribuir para que sejam vítimas de perseguição, de roubo, etc. Até o aluno ser um bom aluno, pode contribuir para ser vítima de Bullying. Há situações de alunos que não conseguiam ter um bom desempenho académico e, por isso, humilhavam os outros colegas. Aliás, tenho conhecimento de um caso de um excelente aluno que baixou o seu desempenho académico e piorou o seu comportamento em sala de aula para ser aceite pelos colegas da turma e se integrar na mesma… por isso, na minha opinião, a desigualdade social pode ser uma fonte de conflito e até conduzir ao Bullying, em vários sentidos.
    Tal como já foi dito, precisamos de uma escola de afetos e de recuperar o sentido de viver em comunidade.

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  15. 21 de Novembro de 2012 15:25 - Sónia Seixas
    "A escola deve, de facto, assumir uma política anti-bullying, mas a família deve igualmente assumir uma atitude de capacitação dos mais novos, para um mundo tão complexo como o dos nossos dias..."

    Transcrevo o comentário da Professora Sónia por considerar, tal com é aqui referido, que a escola e a família têm obrigatoriamente de cooperar no sentido de preparar os jovens, futuros cidadãos deste país, para as adversidades da vida e para a competição desenfreada a nível profissional. Não raro assistimos à passividade dos pais e encarregados de educação dos nossos alunos e à dificuldade da escola em cumprir a sua função educativa, quando a participação de alguns pais na vida escolar dos seus filhos é quase nula.
    Lamentavelmente nem sempre é possível à escola dar resposta a todas as situações, apesar de grande parte das vezes a Direção esteja atenta e procure criar mecanismo (aula de convivência, gabinete de mediação escolar, entre outros recursos) para prevenir e /ou encaminhar situações de conflito ocorridas no espaço escolar.

    Consciente do muito que ainda há por fazer, inscrevi-me neste curso para aprender novas técnicas/ estratégias de atuação, uma vez que há três anos a esta parte me tenho interessado pela temática da mediação de conflitos, do bullying e do cyberbullying.

    Agradeço a possibilidade que nos foi fornecida de estabelecermos comunicação on-line com outras pessoa interessadas nestas temáticas.

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  16. Entendo que a desigualdade social é também um fator importante e que muitas vezes estará na origem de tantos conflitos nas escolas dos nossos dias. Assitimos com frequênia às atitudes bastante agressivas dos nossos alunos face aos colegas e não só. As vitimas algumas vezes são os alunos de classes mais favorecidas, isto porque são crianças por vezes frágeis, que não se conseguem defender e que são alvo de extorção de dinheiro ou outros bens e de chantagem emocial, sendo obrigados a permanecer calados sobre o que sabem. Por outro lado, existem também muitos alunos que devido à sua baixa situação socioeconómica são alvo de insultos, agressão física ou psicológica, levando a cada vez mais a uma diminuição da sua autoestima, baixo o seu rendimento escolar e tornando-se meninos tristes. A família tem aqui um papel de extrema importância em conjunto com a escola, no sentido de colmatar esta situação.

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  17. Boa noite,

    Tenho que concordar com a colega Helena Quitério, na medida em que a insatisafação pessoal e a dificuldade de lidar com as situações que rodeiam a nossa vida poderão criar os variados fenómenos de bulliyng. Mas tenho a ideia que a desigualdade social poderá ser uma das grandes explicações para o fenómeno. Mas nesse caso como se justifica que até entre pares de uma mesma classe social também possa ocorrer bulliyng? Será pela postura física e corporal dos agredidos? Pela superioridade física de uns para contrapôr com a maior perspicácia dos agredidos?

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  18. Boa tarde
    A desigualdade social pode ser um dos facilitadores de conflitos mas seguramente não será o único.
    O agressor terá uma falta de algo interior - falta de afecto? falta de educação? falta de saúde/psicopatologia? - uma insatisfação... que não sabe gerir da forma correcta (a nível social e psicologico).
    A partir daí quase tudo pode ser um desencadeante... o nível social, as boas notas, a popularidade inter-pares, ter uma familia que se importa...
    Parece-me ingénuo, por outro lado, pensar que do ponto de vista das diferenças sociais são os "mais ricos" a agredir os "mais pobres". Muitas vezes é o oposto... e não será só a "inveja" a explicar isso... tem que haver também falta de estrutura psicológica para lidar com essas diferenças económicas. Mas quando ocorre bullying dos mais favorecidos contra os menos será terrivelmente simplista pensar que è um sentimento de superioridade a desencadear esses comportamento.

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  19. Concordo que as desigualdades sociais apesar de não a causa, podem ser uma ajuda na tendência para o conflito. Pois muitos destes jovens tem falta de vínculos e de competências pessoais e sociais. Assim falta-lhe "bagagem" para resolver situações, com que se deparam no seu dia a dia e com facilidade recorrem à violência, para resolver quase tudo ou mesmo tudo.

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